Por que devo me preocupar?
O Teste do Pezinho é essencial para detectar precocemente diversas doenças raras. É dever do Governo oferecer o teste gratuitamente a todo recém-nascido e obrigação de toda mãe exigir esse direito.
A versão atual do Teste do Pezinho, disponibilizada na maioria dos Estados brasileiros, detecta apenas 6 doenças. Já sua versão Ampliada (disponível apenas em redes particulares), identifica até 53 doenças e contribui muito mais para um futuro saudável das nossas crianças.
O teste do pezinho também chamado de triagem neonatal – é extremamente importante para a saúde das crianças. Com uma só picadinha no calcanhar dos bebês, ele é uma das principais maneiras de diagnosticar uma série de doenças, antes mesmo de aparecerem os primeiros sintomas.
Muitas doenças raras, de origem genética, também podem ser detectadas pelo teste. O diagnóstico precoce facilita o tratamento e pode trazer mais qualidade de vida para as famílias. Por isso, é fundamental que seja feito logo após o nascimento do bebê, entre o 3º e o 5º dia de vida.
Tipos de exames
Atualmente, existem três versões do teste do pezinho disponíveis no Brasil: uma básica e duas ampliadas. A mais simples delas é capaz de detectar até 6 doenças. Já as duas versões ampliadas podem detectar de 10 a 48 doenças com uma só picadinha. Os nomes dos exames podem variar, dependendo do local em que for realizada a coleta. Por isso, antes do procedimento, o ideal é checar qual é a triagem mais completa.
Tipos de teste do pezinho
Básico: É obrigatório e gratuito em todo o país. Pode detectar 6 doenças: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística, anemia falciforme, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase.
Mais ou Ampliado: É oferecido gratuitamente na maioria dos hospitais e maternidades particulares. Pode detectar até 10 doenças. Além das seis já detectadas pelo teste básico, também pode indicar deficiência de G-6-PD, galactosemia, leucinose e toxoplasmose congênita.
Super ou Expandido: É o mais completo dos exames disponíveis no Brasil. Pode detectar até 48 doenças. É oferecido apenas em laboratórios, hospitais e maternidades particulares.
Teste ampliado na rede pública
Hoje, a versão básica do exame – que detecta até seis doenças – é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Por enquanto, as versões ampliadas do teste só estão disponíveis em clínicas, maternidades e hospitais da rede particular. Mas associações de pais de portadores de doenças raras já estão se mobilizando para que as versões ampliadas do teste do pezinho também sejam oferecidas na rede pública. Em parceria com outras organizações, o Instituto Vidas Raras – que busca garantir os direitos de pessoas com doenças raras – criou uma petição online a favor da causa. A ideia é que a iniciativa colete pelo menos 1 milhão de assinaturas e, assim, encaminhe um projeto de lei para o Congresso Nacional, com o objetivo de garantir que o tipo mais completo do exame seja oferecido gratuitamente à população.
“Muita gente não tem noção da importância de fazer o exame mais completo. O diagnóstico precoce de uma doença rara traz mais qualidade de vida para a família. Por isso, os pais precisam investir na saúde das crianças”, afirma a bacharel em Direito e coordenadora da petição Regina Próspero, que nos anos 1990 perdeu um filho pela falta de diagnóstico precoce de uma doença rara, a mucopolissacaridose. Na época, a triagem neonatal ampliada ainda não estava disponível no Brasil.
O pediatra José Simon desenvolveu um estudo mostrando que, a longo prazo, o custo do tratamento de pacientes com doenças raras sem diagnóstico precoce é maior para os cofres públicos do que o investimento necessário para adotar a triagem neonatal ampliada na rede pública. Para chegar a essa conclusão, ele analisou variáveis relacionadas à incidência da galactosemia – uma das doenças detectadas pelo teste do pezinho ampliado – no estado de São Paulo.
Apesar de reconhecer os benefícios trazidos pelo exame mais completo, o pediatra considera que ainda existem desafios a serem encarados antes de se pensar em uma implementação nacional. “Ainda existe muita iniquidade no Brasil. Antes de pensarmos em implementar uma triagem específica e ampliada na rede pública, precisamos equalizar as condições da cobertura nacional e implantar os exames que ainda não estão disponíveis em alguns estados”, completa.
Fonte: APAE/SP e Ministério da Saúde Assista também para entender a importância: https://youtu.be/ElqZ7-FXHdw